Inicio aqui a publicação de uma série de documentos inéditos existentes no Arquivo José Relvas que mostram o impacto do “bolchevismo” em 1919 em Portugal. O primeiro desses documentos aqui reproduzidos é uma nota das informações militares sobre os operários que estavam a trabalhar nas obras do “Manicómio Bombarda”.
Os documentos foram-me comunicados por João Bonifácio Serra, responsável pela inventariação e tratamento desse Arquivo, que também me forneceu uma nota sobre o trabalho que aí se está a realizar.
Arquivo José Relvas
A Casa-Museu dos Patudos, em Alpiarça, resultado do legado de uma vasta colecção de arte de José Relvas (1858-1929), conserva também o arquivo documental do seu antigo proprietário. O acervo contém documentação relativa às funções políticas que Relvas desempenhou no Partido Republicano Português (de que foi candidato a deputado em 1908 e dirigente nacional em 1909-1910) e no Regime Republicano (Ministro das Finanças do Governo Provisório, em 1910-1911; embaixador em Madrid, de 1911 a 1914; Chefe de Governo e Ministro do Interior, em 1919), além de documentação pessoal e empresarial.
O arquivo foi objecto de intervenções avulsas nos anos 70 e 80, as quais deram origem a algumas publicações, nomeadamente umas Memórias. Depois disso foi utilizado sobretudo como base de apoio ao estudo da colecção artística.
Em 2007, tiveram início trabalhos sistemáticos de organização e inventário do Arquivo Relvas. Estima-se que dentro de 6 a 10 meses este importante fundo documental possa ser aberto à consulta dos investigadores. O Arquivo passará então a ter um lugar próprio na Casa-Museu, cujo projecto institucional e museológico se encontra em reformulação.
A coordenação da equipa que elabora o novo projecto é do historiador João B. Serra que também comissariou uma exposição sobre a acção empresarial, política e cultural de José Relvas até 1914, que a Assembleia da República vai inaugurar no próximo mês de Junho.