Operária, foi para uma casa do partido, para onde o pai a levou, em 1954, com 12 anos. Aos 16 anos, em 1957, começou a trabalhar, numa tipografia clandestina do PCP, sendo sucessivamente controlada por «Ivo», «Marques, «Melo» e «Gomes». Através de declarações de outros presos, a PIDE soube que Alice fora levada, em 1960, para uma casa ilegal, na rua do Lusíadas, por «Ivo», afim de aprender a arte tipográfica, com Eduardo Pires e o filho deste, Carlos Alberto Glória Pires. Em 1958, foi, com a mãe, para uma casa clandestina, onde estava também Joaquim Augusto da Cruz Carreira. Depois da prisão deste, foi viver sozinha com Adelino Pereira da Silva, de quem teve um filho. Após a prisão deste, em 1963, foi viver com outro funcionário e, depois, foi para uma casa ilegal na Damaia, onde residiam Aurora Piedade Diniz, sua mãe, e Duarte Nuno Clímaco Duarte Pinto, («Neves», «Mário, «Leitão», «Norberto» e «Jorge»). Em 1964, os três mudaram para a Charneca do Lumiar, onde funcionava uma tipografia clandestina, onde ela ensinou Duarte a compor e imprimir. Em início de 1965, os dois e a mãe de Alice, Aurora, foram presos. Apenas libertada condicionalmente, em Setembro de 1969, Alice foi, primeiro viver para a Póvoa de Santa Iria e, após a libertação de Adelino, foi residir com ele para o Barreiro.
parece-me que uma via dedicada à causa da liberdade do nosso p+ovo merecia um outro cuidado na paresentação destas notas biográficas.
Não se percebe bem o percurso da vida de Alice Capela, parecendo que se viva um mundo de promiscuidade entre os funcionários do Partido, o que não era verdade.
Conhecendo bem a querida Alice, assim como um pouco da história de sofrimento que passou aquando da sua vida na clandestinidade, espoecialmente na prisão, onde esteve com o seu filho, seria mais digno de quem fez estas notas tentar saber um pouco mais sobre este percursao de vida, que é em tudo enriquecedor.
Ana Lídia Cardoso