Natural de campo de Ourique, Lisboa, entrou para o PCP, em 1936, quando tinha 18 anos, num período em que o pai, pintor da construção civil, estava deportado desde 1927. A mãe, tecedeira numa fábrica, só aprendeu a ler aos 46 anos, na clandestinidade, onde se juntou a Aida. Esta começou por ser operária e, após o pai falecer, em Outubro de 1938, foi para a clandestinidade, em 1939. Um ano depois, porém, o seu companheiro foi preso e ela voltou para casa da mãe, com a qual foi depois para a clandestinidade, ocupando-se as duas de uma tipografia do PCP. Denunciadas por um provocador que entregou a chave da sua casa à PVDE, foram as duas presas. Embora só tivesse sido condenada a 12 meses, permaneceu durante 18 meses de presa, até ser libertada, em 27 de Outubro de 1940. Regressou à clandestinidade com sua mãe, participando na organização do III Congresso do PCP (1943). Dois anos depois, mão e filha separaram-se, transferidas, cada uma, para a sua tarefa e ficaram durante sete anos sem se verem. Em 2 de Dezembro de 1958, Aida foi presa, pela segunda vez, numa casa clandestina na Rua Castilho, em Lisboa. Julgada a 25 de Novembro de 1960, foi condenada a dois anos e meio de prisão e medidas de segurança. Obteve a liberdade condicional a 14 de Janeiro de 1965, com a saúde muito abalada. A sua mãe, entretanto muito doente, tinha saído da cadeia e, como não tinham mais família, Aida ficou na legalidade a tratar da dela, até Luísa Paulo morrer em 1966. Aida teve um esgotamento nervoso. Ainda foi presa uma terceira vez, em 18 de Julho de 1967, quando vivia na legalidade, sendo absolvida, no ano seguinte, após nove meses de detenção.
[ADENDA (JPP): Aida Paula faleceu em Outubro de 1993.]