No História e Ciência , que tem publicado muita informação bibliográfica, sumários e notas sobre matérias de história contemporânea, está reproduzida uma série de poemas baseados na história, que inclui essencialmente poemas de oposição. Cito da nota introdutória :
“A poesia foi em Portugal, como em muitos outros sítios, uma arma inequívoca e poderosíssima de actuação ou de pronunciação contra o regime ditatorial. Como o foi também a prosa, donde se destaca aquela inserida na denominada “Literatura Neo-Realista”.
Por agora falemos só de poesia, chamando a atenção, em estilo de introdução, para aquela que foi alguma da produção de alguns dos nossos poetas. O Estado Novo foi o visado. As políticas repressivas e os seus agentes, foram os alvos particulares. As condições de vida, a falta de liberdade e a luta do povo, os referenciados. O desejo de mudança, uma constante. Porque no âmbito da História, a vertente da Cultura, reveste especial importância para a compreensão de uma totalidade mais alargada, sendo também o seu reflexo, deixamos então umas breves referências, susceptíveis de permanente complementar e enriquecimento.”
Lista de poemas reproduzidos:
António Gedeão – “Enquanto”
Sidónio Muralha – “Soneto imperfeito da caminhada perfeita”
João Apolinário – “É preciso avisar…”
José Carlos Ary dos Santos – “Soneto escrito na morte de todos os antifascistas assassinados pela PIDE”
– “Não passam mais”
Mário Dionísio – “Elegia ao companheiro morto”
Jorge de Sena – “A cor da liberdade”
Miguel Torga – “Não passarão”
Maria Teresa Horta – “Mulher resistente”
Papiniano Carlos – “Canção”
Sophia de Mello Breyner Andresen – “Catarina Eufémia”
José Gomes Ferreira – “Não trairei”