APRESENTAÇÃO DO LIVRO SETEMBRO VERMELHO, DE CÂNDIDO FERREIRA, DA EDITORA MINERVA|COIMBRA (15 DE NOVEMBRO DE 2012)

FONTE: EDITORA MINERVA

Apresentação do livro Setembro Vermelho, de Cândido Ferreira, da Editora Minerva|Coimbra

15/Nov., Qui, 18h30, Associação 25 de Abril, Lisboa 

A apresentação estará a cargo de José Matos Pereira e José Dias (dirigentes da AAC em 1969 e 1970)

Principal romance até hoje editado sobre a Crise Académica de Coimbra de 1969

«SETEMBRO VERMELHO» de CÂNDIDO FERREIRA

«Cândido Ferreira é o paradigma do homem polifacetado, que coloca em tudo aquilo que empreende o preciosismo inerente à natureza da sua formação científica.

 De prestigiado clínico de vanguarda na sua disciplina, a crónico sonhador de uma sociedade de prevalência dos mais nobres valores do humanismo, Cândido Ferreira, na sua versatilidade, tanto é, com a mesma singeleza, um exponente da arte e do coleccionismo em Portugal, como um dos mais incansáveis lutadores pelas causas da gente simples, proscrita da justiça dos ricos.
Provido de indomável caráter, modelado pela homeose com o mesmo povo que moldou Carlos de Oliveira, arquétipo do neo-realismo português, Cândido Ferreira deu os primeiros passos na literatura retratando a genuinidade de uma paisagem humana insuspeitadamente facultosa.
O talento da sua escrita – designadamente em O Senhor Comendador e A Paixão do Padre Hilário – mereceu o imediato reconhecimento de várias publicações especializadas que, reiteradamente, lhe realçaram o valor literário.
Após algum tempo dedicado a causas de caráter predominantemente artístico e humanitário, Cândido Ferreira volta agora aos escaparates, oferecendo-
-nos Setembro Vermelho.
Trata-se, mais uma vez, de um trabalho de notável qualidade literária que, desde o início, conquista o leitor de múltiplos ponto de vista: desde logo pelo deleite de uma escrita onde o rigor e a harmonia da construção textual são sabiamente temperados com o bom humor e o “suspense” da ação romanesca; depois porque esta ação serve de pretexto para fazer História de alguns factos conhecidos – mas, mais importante de que isso, também de muitos meandros ignorados ou já, simplesmente, olvidados pela voragem do tempo – de um período da vida nacional que Coimbra e os seus estudantes contribuíram decisivamente para que fosse revolvido. Àqueles que tiveram o adrego histórico de neles participar, este livro oferece uma revisitação de duros mas sápidos tempos em que a coragem não era, para a juventude portuguesa, uma palavra vã; para aqueles que os não viveram, a leitura de Setembro Vermelho – para além de ser, a espaços, uma viagem quase voluptuosa por alguns dos meandros do pensamento humano – é uma extraordinária ocasião para, neste nosso mundo dedesvalores, ressuscitar o devaneio de que, quem tem a palavra e a vontade como únicas armas, pode conseguir vergar quem detém o poder.»
Manuel Cidalino Madaleno
Professor do Ensino Superior (Letras)
O romance
 Até meados do século passado, Coimbra sempre gozou de enorme importância no contexto da literatura portuguesa, sendo as suas editoras pontos de passagem obrigatória de quase todos os autores nacionais. E quem não se lembra de escritores residentes com a envergadura de um Miguel Torga, Fernando Namora e Carlos Oliveira que pontificavam na literatura portuguesa e faziam o orgulho desta cidade?
Setembro Vermelho, o novo romance histórico de Cândido Ferreira, que a MinervaCoimbra acaba de editar, é uma tentativa de regresso a essa honrosa tradição: não, apenas, porque o seu autor estudou em Coimbra, em cujas fontes bebeu; sobretudo porque a acção, que toca profundamente a realidade portuguesa, neste início do século XXI, se centra em Coimbra, decorrendo em torno da célebre crise académica de 1969, que o escritor viveu.
Depois da crítica ter unanimemente realçado o valor literário dos seus dois primeiros romances, “A Paixão do Padre Hilário” e “O Senhor Comendador – Retratos de um Portugal de Abril”, em boa hora Cândido Ferreira resolveu emergir da sua Gândara natal e brindar-nos com um longo texto, em que se manifesta com a pujança de um autor já maduro, que “perdeu” milhares de horas para produzir uma obra que marcará certamente o leitor e que, segundo o autor, “abala Coimbra”.
Com uma trama amorosa e político/policial bem urdida, que tem o condão de prender o leitor desde a primeira página, e usando uma linguagem muito peculiar, ora comovente, ora hilariante, Cândido Ferreira consegue abordar de forma profunda, embora simples e atractiva, todos os grandes temas que interessam ao homem português actual.
Concorde-se ou não com as suas desassombradas opiniões, e na tradição de uma plêiade de médicos escritores, não será difícil reconhecer que Cândido Ferreira é dotado de uma rara cultura e sensibilidade, e de um forte humanismo, que se derrama profusamente, página a página.
A Minerva Coimbra acredita que Setembro Vermelho é uma das raras obras que certamente vai ficar como um referencial daqueles que nestes tempos em que a esperança fenece, não desistem de ir à procura de um mundo melhor.
O Autor
 Cândido Ferreira é casado, vive integrado numa larga família e é médico nefrologista na cidade de Leiria. Nascido em 1949, em Febres – Cantanhede, onde frequentou a Escola Primária, cumpriu a restante formação académica no Liceu de D. João III e na Faculdade de Medicina de Coimbra, até 1973. Foi bolseiro da Gulbenkian, trabalhador-estudante e atleta da AAC, tendo conquistado diversos títulos.
Em 1976, dirigiu o Hospital de Pombal, onde deixou reconhecida obra. Entre 1978 e 1982, foi Assistente de Nefrologia e frequentou um estágio em Lyon, na área das transplantações renais. Regressado aos Hospitais da Universidade de Coimbra, integrou a equipa do Prof. Linhares Furtado, tendo organizado a consulta de transplantação e a primeira colheita de órgãos e colaborado na primeira transplantação renal com rins de cadáver, em Portugal. Em 1982, enveredou pela diálise privada a partir de Leiria, tendo construído empresas e Clínicas consideradas modelares e sido responsável por uma vasta consulta de especialidade e por um milhão de tratamentos de hemodiálise.
Democrata e humanista, viveu a crise académica de 1969 e integrou o Executivo Distrital do MDP-CDE de Coimbra, antes do 25 de Abril, tendo chegado a ser detido por atividades contra a ditadura. Já não pertence a nenhum Partido, mas da sua incursão pela política ressalta, em 1975, ter declinado integrar a lista para a Assembleia Constituinte, pelo PS. Tendo exercido as funções de Presidente da Federação Distrital de Leiria daquele Partido, entre 1991 e 1995, recusaria também a carreira de Deputado à Assembleia da República.
Para além de uma vasta produção técnica e científica, alguma em colaboração com os mais reputados centros e publicações internacionais, foi responsável por largas centenas de artigos de opinião, acolhidos em múltiplos jornais, revistas e estações de rádio, tendo ainda efetuado inúmeras intervenções públicas, incluindo na TV.
É autor dos romances O Senhor Comendador, A Paixão do Padre Hilário Setembro Vermelho e de três livros de crónicas – Os Burros, Esmeralda – Sim!… e Pelas Crianças de Portugal; foi também porta-voz de um movimento na blogosfera, criado em torno do “Caso Esmeralda”. Tendo sempre merecido excelentes classificações por parte da crítica especializada, foi ainda largamente distinguido na Enciclopédia de Artistas Médicos e na Antologia de Ficionistas da Gândara.
Ligado ao colecionismo, anima a criação de um “Museu das Coleções” em parceria com a Câmara Municipal de Cantanhede, a partir da doação de setecentas mil peças que reuniu, estudou e catalogou, e que se encontram dispersas por uma centena de temáticas, sendo algumas populares e outras ligadas à Bibliografia, ao Dinheiro, à História Postal, à Arqueologia e a diversas Artes Decorativas, como as coleções de pintura portuguesa e de artesanato, esta recolhida em todo o mundo.
Mantém cooperação regular com os países de expressão portuguesa. Em 2007 adquiriu uma propriedade no Alentejo, onde se esforça por instalar e desenvolver atividades ligadas à agricultura, à pecuária e à hotelaria, preparando assim um regresso à natureza e aos valores da vida tradicional.

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