fonte: http://www.maismemoria.org

O governo de Salazar criou, pelo Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936, a Colónia Penal do Tarrafal, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde. A 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 presos políticos portugueses, que ali desembarcaram no dia 29 de Outubro de 1936, tendo sido obrigados a construir o campo de concentração onde ficaram encarcerados. Durante o período de existência da Colónia Penal do Tarrafal – que os presos baptizaram de “Campo da Morte Lenta” – perderam ali a vida 32 resistentes anti-fascistas.
Fechado em 1954, em consequência da pressão nacional e internacional, o Tarrafal foi reaberto nos anos 60, sob a denominação eufemística de Colónia Penal de Chão Bom – desta vez para albergar patriotas em luta pela ndependência de Angola, Guiné e Cabo Verde. Só viria a ser encerrado após o 25 de Abril de 1974.
Edmundo Pedro, então com 17 anos de idade, era um desses primeiros 152 deportados que aportaram ao Tarrafal. Recentemente, sugeriu que esse dia fosse escolhido para Dia da Memória dos Resistentes e das Vítimas da Ditadura – proposta imediatamente aceite pela Direcção da Associação-Movimento Cívico Não Apaguem a Memória.
Sendo o campo de concentração do Tarrafal uma memória comum dos resistentes portugueses e dos patriotas das colónias, consideramos que a sua história e as suas vítimas devem ser evocadas em conjunto. Esse o sentido do Colóquio Tarrafal: uma prisão, dois continentes que neste 29 de Outubro de 2008
organizamos.
ASSOCIAÇÃO-MOVIMENTO CÍVICO NÃO APAGUEM A MEMÓRIA!
http://www.maismemoria.org
Colóquio Internacional Tarrafal: uma prisão, dois continentes

29 de Outubro de 2008
Dia da Memória dos Resistentes e das Vítimas da Ditadura
Auditório da Assembleia da República

PROGRAMA
09H30 Sessão de Abertura
Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República
Alberto Costa, Ministro da Justiça
Dalila Araújo, Governadora Civil de Lisboa
José Augusto Rocha, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados
Raimundo Narciso, Presidente da Direcção do NAM
10H30 Pausa café
11H00 O Tarrafal dos resistentes portugueses
Edmundo Pedro
Joaquim de Sousa Teixeira
Maria da Luz Boal
Comentário: Irene Pimentel (NAM)
Moderação: Jacinto Godinho. jornalista
13H00 Intervalo para almoço
14H30 O Tarrafal dos patriotas africanos
Manuel dos Santos
Luís Fonseca
Constantino Lopes da Costa
Comentário: Mário Brochado Coelho, advogado
Moderação: António Eloy (Amnistia Internacional)
16H00 Pausa café
16H30 Um caso de habeas corpus no Tarrafal
Jaime Cohen
Levy Baptista, advogado
Comentário: José Vera Jardim, advogado
Moderação: Juliana Mimoso (Ordem dos Advogados)
17H30 A libertação do Tarrafal
Miguel Judas
Justino Pinto de Andrade
Comentário: Alfredo Caldeira (Fundação Mário Soares)
Moderação: Rui Ferreira (NAM)
18H30 Os novos Tarrafais
Luís Silva (Amnistia Internacional)
Comentário: Eduardo Maia Costa, Juiz-Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça
Moderação: Diana Andringa (NAM)
19H30 Encerramento:
Álvaro Dantas Tavares (Fundação Amílcar Cabral)
Fernando Rosas, Historiador
20H30 Jantar
Participação especial e solidária dos actores
Jorge Sequerra
e
Natália Luiza
que lerão textos sobre o Tarrafal
e poemas alusivos à repressão e à Resistência

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