Nasceu em Mortágua, em 1928, e estudou na Faculdade de Letras de Lisboa. Foi presa, pela primeira vez, em 1950, quando ia depositar flores no monumento aos mortos da Grande Guerra, numa manifestação pela paz, em Lisboa. Aderiu ao PCP, ingressando na clandestinidade, aos 23 anos, em 29 de Julho de 1952. Residia num local que se recusou identificar, quando foi presa, em 6 de Fevereiro de 1961. Foi «torturada física e moralmente», tendo estado, na PIDE, 174 horas sem dormir, das quais 80 horas seguidas e, depois, 94 também seguidas, após um ou dois dias de intervalo, a que se seguiram 12 dias de completo isolamento. Através de um relatório do GT, assinado por Fernando Gouveia, Fernanda Tomás fez parte do «pessoal técnico» da preparação do V. Congresso do PCP (8-15/9/57). Usando os pseudónimos de «Ana» e «Marques», actuava como membro da direcção central da organização regional de Lisboa, controlando o sector oriental de da capital, e tinha sido cooptada para membro suplente do CC, em 1960. Até final de 1958, tinha controlado o sector intelectual do Porto, com o pseudónimo de «Maria», e colaborado na imprensa clandestina, nomeadamente no Militante. Vivia então com o seu companheiro, Joaquim Augusto da Cruz Carreira, do qual tinha um filho e que entrara na ilegalidade em 1951, sendo preso em 1958 e condenado, no ano seguinte, a quatro anos de prisão maior. Fernanda Paiva Tomás foi condenada, em 28 de Novembro de 1961, a oito anos de prisão, 15 anos de suspensão dos direitos políticos e medidas de segurança. Maria Fernanda da Paiva Tomás, alcunhada pela PIDE de «A Passionaria», detida aos 32 anos, foi a presa política, membro do PCP, que mais tempo ficou presa. Em 6 de Fevereiro de 1969, após cumprir a sua longa pena, iniciou o cumprimento de medidas de segurança, só sendo restituída à liberdade condicional, em 19 de Novembro de 1970. Foi então residir em Mortágua e, em 1972, em Lisboa